quinta-feira, 18 de junho de 2009

centro-históricos x desertificação

Os centro-históricos dependem de um esforço colectivo de várias pessoas, leis, condições, comerciantes, estudantes, associações, Câmaras, turismo e consciência daqueles que a habitam e frequentam.

Por outro lado, se a presença de pessoas no centros-históricos é fundamental,
a necessidade de aí promover actividades lúdicas, desportivas ou culturais, não poderá
ser da total responsabilidade das autarquias, se bem que o papel destas deva ser
fundamental. Desde associações comercias, movimentos de cidadãos, associações de
estudantes, à própria iniciativa privada, todos deverão sentir os centros-históricos como
seus, como o espaço do que é a sua cidade.

Um centro-histórico vivo só poderá nascer, em qualquer cidade, da vontade e empenho dos seus cidadãos.
Também no que toca à fixação de empresas nos centros-históricos, desde áreas
mais tradicionais, como a restauração ou o comércio, a outras que possam surgir,
deverão ser dados os necessários incentivos. O empreendedorismo assume-se sempre
como factor de desenvolvimento sustentável e, no caso, de combate ao despovoamento
das zonas antigas das nossas cidades.

Para mudar isto é preciso mudar de política, as leis aprovadas até agora, relacionadas com a recuperação dos centro-históricos não prestam, enquanto as entidades responsaveis pensarem que o senhorio é o rico e o inquilino o pobrezinho isto nunca se vai resolver.
As baixas rendas, e a reposição de baixa percentagem anual só piora a situação das partes velhas das cidades.

Não é tirando a casa ao senhorio ou ameaçando o mesmo que isto se vai resolver, estamos a falar de casas velhas húmidas desconfortáveis e frias no inverno, e que os próprios bancos relutam em fazer empréstimos.
Uma casa velha comprada e restaurada é muito mais cara do que um apartamento novo, confortável e já mobilado.

A nossa querida Santa Casa, é detentora do maior nº de casas velhas nos centro-históricos, no entanto ninguém diz a Santa casa o que fazer, e quando faz qualquer coisa vai buscar fundos.

A mão de obra legal é 3 vezes mais cara que a mão de obra não facturada, qualquer reparação condena o senhorio uma série de anos a pagarem empréstimos com grandes taxas de juros e não há retorno. Os inquilinos que são pobres e se dizem pobres, pagam baixas rendas e também não ajudam, como consideram que os imóveis não são deles, não fazem obras e relutam em pagar qualquer aumento.

Há centenas de casas desabitadas nos centros-históricos no qual o senhorio continua preso á um contracto vitalício com alguma viúva ou Chico-esperto que ainda espera uma indemnização para entregar a chave.

O centros-histórico de Santarém é um caso de extrema dificuldade para os senhorios que vêem suas casas degradarem-se anos a fio sem poderem nada fazer e sabendo que o inquilino já não mora lá há anos.

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